FOI EM ADELAIDE EM 2009 QUE PORTUGAL ESTEVE ASSIM TÃO MAL pela última vez, e antes disso, tinha sido também em Adelaide, mas em 2007 que Portugal não consegui evitar tantas derrotas quantos os jogos disputados.

Às três derrotas sofridas no sábado, juntaram-se mais duas no domingo, deixando os Linces de língua de fora nas meias finais da Shield, primeiro com a Argentina (5-24) e depois com o Canadá (5-17).

Claro está que a este resultado não são alheias as lesões sofridas por alguns dos principais jogadores nacionais, mas a verdade é que tentar encontrar nesse facto a única - ou mesmo a principal - razão para esta presença desastrada, é nada mais do que tapar o sol com uma peneira.

Portugal é - já dissemos repetidas vezes e voltamos a dizer - uma das melhores equipas do mundo, mas para se manter nessa posição tem que trabalhar mais e melhor.

Não basta pegar num número limitado de jogadores e treinar com eles, como se o mundo acabasse ali mesmo, às margens da Ribeira do Jamor.

O trabalho que é feito com um grupo limitado de jogadores apenas pode ter resultados a médio ou longo prazo se for apoiado num outro trabalho que ainda não começou a ser feito, de divulgação e expansão do jogo reduzido, que permita multiplicar por 10 ou mais o número de praticantes de rugby de sevens em ambiente competitivo.

Só assim será possível dar àquele outro grupo reduzido - como hoje temos - a base de sustentação de que ele necessita.

O exemplo está aí - três ou quatro lesões e o castelo de cartas que se está a pretender construir, desaba por completo e faz a nossa equipa passar por uma situação lamentável.


Não basta sustentar a nossa elite de jogadores no trabalho desenvolvido em dois ou três clubes - e mesmo nesses apenas um  trabalha especificamente a variante - ou mesmo recorrer ao artifício das nacionalizações para resolver carências de quantidade que o nosso rugby, como ele se encontra, não tem capacidade de suprir.

Sem qualquer desprimor para os atletas que adquirem a nacionalidade portuguesa, a verdade é que eles se encontram em Portugal de passagem - existem excepções, claro - e como tal nada os obriga a contribuir no futuro imediato ou não, para a evolução do nosso rugby.

Reparem que este ano os Linces foram reforçados com três jogadores nacionalizados, mas temos sérias dúvidas se os custos da sua preparação darão alguma vez um rendimento proporcional ao nosso rugby, em especial ao nosso rugby de sete.

Em contrapartida e apesar de um grande esforço organizativo - reconheça-se - a actividade competitiva foi deficiente, não estruturada e sem perspectiva de crescimento da variante, os seus técnicos não evoluíram e a mentalidade que subsiste é de que os sevens são um sub-produto em que não vale a pena apostar...

Sintoma evidente do que acabo de dizer, foi a forma como se organizou o Campeonato Nacional, reservado apenas às equipas da Divisão de Honra 1 da 1ª Divisão, ou a patética situação vivida em Cascais neste fim de semana, em que os jogos foram realizados sem árbitros assistentes...

Não basta dizer aos clubes para se organizarem, é imperioso que se criem condições para que o trabalho desenvolvido por estes seja devidamente apoiado, sob risco de ver o esforço e dedicação de muitos ir por água abaixo, apenas porque alguém se esqueceu que uma equipa de arbitragem não é apenas um árbitro e um apito...

Veja o quadro dos resultados do segundo dia da competição - que acabou por ser vencida pela África do Sul que derrotou a Austrália na final por 36-35 - e consulte os dados actualizados dos Linces clicando nas etiquetas por baixo do cabeçalho.

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